Tácito Freire Borralho: biografia


Primeira Cruz (MA), 07.08.48

Vive e trabalha em São Luís/MA.

Atualmente é professor Adjunto do Departamento de Artes da UFMA e Diretor Artístico da COTEATRO.

Formação:

Ginasial no Colégio Ateneu Teixeira Mendes – São Luís/MA.

Teologia em Recife/PE.

Graduado em Filosofia pela Universidade Federal do Maranhão – UFMA.

Mestre em Artes pela Universidade de São Paulo – USP.

Doutorando em Artes na Universidade de São Paulo – USP.

Tácito Borralho é dramaturgo, ator, diretor de teatro, carnavalesco, arte-educador e acima de tudo um grande animador cultural. Foi criador e ajudou a criar grupos de teatro, dança, poesia, blocos carnavalescos, entre outros grupos artísticos culturais no Recife/PE e em São Luís/MA.

Iniciou suas atividades artísticas com 13 anos de idade no teatro de “canto-de-rua” no salão paroquial da Igreja de São Pantaleão, com o mestre Cecílio Sá. Emigrando para o Recife para cursar Teologia atuou na Companhia Otto Prado Produções em espetáculos adultos e infantis. Durante as férias quando retornava a São Luís, fundou o grupo Teatro de Férias do Maranhão.


Voltando definitivamente à São Luís cria o Laborarte, renovando definitivamente o panorama teatral e cultural da cidade.

Principais Produções e cargos exercidos:

1970 – Foi fundador e diretor do Grupo Armação do Recife em Recife/PE – vencedor do 1º Festival Nacional de Teatro de Caruaru.

1971 – Foi fundador e diretor do Teatro de Férias do Maranhão – TEFEMA em São Luís/MA.

1972 – Foi fundador e presidente do Grupo Laborarte em São Luís/MA.

1990 – Foi fundador e presidente da Companhia Oficina de Teatro – COTEATRO, em São Luís/MA.

1992 – Foi idealizador, fundador e presidente do Centro de Artes Cênicas do Maranhão – CACEM, atualmente órgão da Secretaria de Estado da Cultura.

Exerceu ainda as seguintes funções:

• Presidente da Federação Nacional de Teatro Amador - FENATA;

• Presidente da Federação de Teatro Amador do Maranhão - FETEMA;

• Presidente da Confederação Nacional de Teatro Amador - CONFENATA;

• Presidente da Associação Brasileira de Teatro de Bonecos – ABTB;

• Presidente do Centro UNIMA BRASIL-CEUB;

• Coordenador do PRODIARTE;

• Diretor do Departamento de Assuntos Culturais da Secretaria de Estado da Cultura;

• Diretor do Teatro João do Vale, órgão da Secretaria de Estado da Cultura.
Tácito Borralho em O Cavaleiro do Destino de Tácito Borralho e Josias Sobrinho. Direção de Tácito Borralha. Teatro Experimental Eugênio Kusnet. São Paulo, 1979.
 
Transcrevemos abaixo um texto da lavra de Nauro Machado denominado “Um Renovador Maranhense” que sintetiza muito bem o fazer estético de Tácito. O texto foi publicado como prefácio do livro Gibi, o menino que não sabia voar, em 1992.

"Tácito Borralho personifica a mais radical e valorativa experiência cênica a exerce-se nas duas últimas décadas no teatro maranhense.

Esta assertiva não é esdrúxula. E nem tão pouco excessiva.

Ela se fundamenta no que ocorreu de positivo no teatro maranhense a partir da criação, por Tácito Borralho, do Laborarte.

Com a práxis revolucionária do seu intento ideológico (no sentido de nele inferir-se ou incutir uma preocupação política a nível da cultura popular), Tácito reelaborou conscientemente os mitos – ou foros arcaicos – do fantasioso universo maranhense. E o mais importante: fazê-lo a nível superior de um popular infenso ainda às descaracterizações de um emergencial modernismo – ou modernoso espúrio – a chegar por vias tortuosas até nós.

As raízes por ele exploradas com a capacidade de um verdadeiro escafandrista do nosso litoral geográfico, lhe dão a primazia de ser, entre nós, um intelectual primitivista ou um ingênuo com arraigado instinto cultural.

Sua direção teve momentos importantes no nosso teatro com o vanguardismo cênico de Espectrofúria, a incursão política-metafísica de Nauro Machado, A Agonia do Homem, a denúncia social de Maré Memória e o incurso poético-fabuloso de O Cavaleiro do Destino.

Seus textos cênicos difundidos quase sempre nos meios periféricos dos grandes centros decisórios forjadores de glórias momentâneas, denotam suas preocupações com uma arte inerente aos seus pressupostos sociais.

Este texto, Gibi – o menino que não sabia voar, mostra uma face apenas de seu múltiplo talento: o da recapturação lírica do imaginário infantil.

Sua linguagem é direta e simples, sem preocupações formalísticas – como deve ser qualquer texto escrito para crianças, dentro da poesia ingênua a condizer magnificamente com o intuito de mover-lhe a fantasia aprendedora do real.

Nele, pois, fantasia e realidade se casam para a felicidade conclusiva do texto final.

Este Gibi – o menino que não sabia voar, é apenas um entre as dezenas de outros trabalhos com que Tácito Borralho vem reelaborando sucessivamente suas inquietações cênicas: com uma vontade quase ética de ver um povo igual e equânime na necessária justiça e impostergável felicidade."

Direção Teatral:

• O Juízo Final de Tácito Borralho – Grêmio Estudantil do ATENEU;

• Morte e Vida Severina de João Cabral de Melo Neto – Teatro de Férias;

• Uma Meia para um Par de Homens de Tácito Borralho – Teatro de Férias;

• Armação Monta Armação de Criação Coletiva – Grupo Armação de Recife;

• Antígona de Sófocles – Grupo Armação de Recife;

• Cristo e Cruz de Marly Dias e Tácito Borralho – Laborarte;

• O Espantalho e o Mágico de Tácito Borralho – Laborarte;

• Espectrofúria de Eduardo Lucena – Laborarte;

• Alice no País das Maravilhas de Otto Prado – Laborarte;

• O Mártir do Calvário de Eduardo Garrido – Laborarte;

• Um Boêmio no Céu de Catulo da Paixão Cearense – Laborarte;

• João Paneiro de Tácito Borralho e Josias Sobrinho – Laborarte;

• O Cavaleiro do Destino de Tácito Borralho e Josias Sobrinho – Laborarte;

• Era um vez, uma Ilha de Tácito Borralho – Laborarte;

• Quem Pariu Mateus, que Embale de Tácito Borralho – Grupo Grita;

• O Canto do Piaga de Gonçalves Dias – Grupo Gangorra;

• A Onça e o Bode – Tema;

• Show Bzzzzz... – Laborarte;

• Agonia do Homem de Nauro Machado – Laborarte;

• Maré Memória de Jsé Chagas – Laborarte;

• Paixão de Criação Coletiva – Laborarte;

• Passos de Tácito Borralho – Laborarte;

• Uma Incelença por Nosso Senhor de Tácito Borralho – Laborarte;

• Show Musical Bombarquinho – Produção Independente;

• A Arca de Noé de Aldo Leite – Grupo Mutirão;

• A Folia dos Três Bois de Silvia Ortoff– Grupo Grita;

• O Sótão de Ivan Sarney – Produção Independente;

• O Bom Malandro não Morre de Criação Coletiva – Grupo Grita;

• Preto Fugido de César Teixeira – Grupo Grita;

• Gibi: o Menino que não Sabia Voar de Tácito Borralho – Coteatro;

• Peter-Pan – Coteatro;

• Édipo Rei de Sófocles – Coteatro;

• O Cavaleiro do Destino de Tácito Borralho e Josias Sobrinho – Coteatro;

• Paixão de Criação Coletiva – Coteatro;

• Paixão, Segundo Nós de Criação Coletiva – Coteatro;

• Viva El Rei, D. Sebastião de Tácito Borralho – Coteatro;

• A Bela e a Fera – Coteatro;

• Saraminda de José Sarney – Coteatro;

• Auto de Natal de Anômimo – Coteatro;

• O Anão do C Grande de Plínio Marcos – Coteatro.

Textos Teatrais Encenados:

• Uma Meia para um Par de Homens (Adulto);

• O Espantalho e o Mágico (Infantil);

• João Paneiro (com Josias Sobrinho);

• O Cavaleiro do Destino (com Josias Sobrinho);

• A Festa da Clareira Maior;

• Era um vez, uma Ilha ou O Chocalho da Cascavel;

• Quem Pariu Mateus, que Embale;

• Passos;

• Uma Incelença por Nosso Senhor;

• Gibi: o Menino que não Sabia Voar;

• O Skate Prateado;

• Viva El Rei, D. Sebastião.

Ator:

• O Anti-Cristo – Otto Prado Produções;

• O s Três Palhacinhos – Otto Prado Produções;

• Viva o Cordão Encarnado – Otto Prado Produções;

• Alice no País das Maravilhas – Otto Prado Produções;

• Agonia do Homem de Nauro Machado – Laborarte;

• Um Boêmio no Céu de Catulo da Paixão Cearense – Laborarte;

• João Paneiro de Tácito Borralho – Laborarte;

• O Cavaleiro do Destino de Tácito Borralho – Laborarte;

• Por Causa de Inês de João Mohana –Tema;

• O Castigo do Santo de Aldo Leite –Tema.

Obras Publicadas:

• João Paneiro (com Josias Sobrinho);

• O Cavaleiro do Destino (com Josias Sobrinho);

• Quem Pariu Mateus, que Embale;

• Gibi: o Menino que não Sabia Voar (SEMEC/DAC,1992);

• O Palco do imaginário popular maranhense (com Josias Sobrinho). SIOGE, 1993;

• O Boneco – do imaginário popular maranhense ao teatro: uma análise de O Cavaleiro do Destino. SESC,2005.

Prêmios:

• 1972 – I Festival Nacional de Teatro Jovem – Melhor espetáculo plástico por Espectrofúria – Niteroi/RJ;

• 1979 – Troféu MEC/Mambembe – Categoria Especial O Cavaleiro do Destino pela atuação – São Paulo/SP;

• 1990 – Prêmio Arthur Azevedo do Concurso Cidade de São Luís por Gibi: o Menino que não Sabia Voar;

• 1993 – Plano Editorial SIOGE por O Palco do imaginário popular maranhense (com Josias Sobrinho);

• 2000 – Mérito Timbira do Governo do Estado do Maranhão – São Luís/MA.

• 2005 – Plano Editorial SESC por O Boneco – do imaginário popular maranhense ao teatro: uma análise de O Cavaleiro do Destino.

Fonte: Borralho, Tácito. O Boneco – do imaginário popular maranhense ao teatro: uma análise de O Cavaleiro do Destino. São Luís:SESC, 2005.

Leite, Aldo. Memória do Teatro Maranhense. São Luís: Edfunc, 2007.

Imagens: Divulgação

Tácito Borralho em O Cavaleiro do Destino de Tácito Borralho e Josias Sobrinho. Direção Tácito Borralho. Teatro Experimental Eugênio Kusnet - São Paulo, 1979.


Comentários

Postagens mais visitadas