Ubiratan Teixeira: biografia

Ubiratan Teixeira (São Luís ,MA, 14.10.1931 - São Luís, MA, 15.06.2014).

Foi dramaturgo e diretor de teatro, além de contista, cronista, novelista, romancista, pesquisador, crítico de arte, professor e jornalista.

Membro da Academia Maranhense de Letras, ocupando a cadeira nº 36.

Formação

Licenciatura em Letras pela Universidade Federal do Maranhão

Jornalismo pela PUC-SP.

O Intelectual

Ubiratan Teixeira é um dos intelectuais maranhense mais ativo nos movimentos culturais e artísticos de São Luís. Nas décadas de 1950/60 participou da SCAM – Sociedade de Cultura Artística do Maranhão, do Centro Cultural Graça Aranha, fundou grupos de teatro e ministrou cursos de corpo, voz e história do teatro. Trabalhou em diversos jornais da cidade como a Pacotilha/Globo, Diário do Norte, Jornal do Dia de Bolso, e atualmente é cronista do jornal O Estado do Maranhão.

Foi funcionário da TV Educativa do Maranhão (1969-1995) onde exerceu as funções de professor de TV, diretor de programas e produtor de programas culturais.

Ubiratan Teixeira foi um dos principais ficcionistas maranhenses, cuja obra retrata a sociedade maranhense de forma irônica.

O Homem de Teatro

Na infância assiste a espetáculos de circo e operetas levado pelo pai de criação. Na adolescência descobre que seu pai biológico Ubiratan Filho dirigia um grupo de teatro na cidade, e incentivado pelo tio Floriano Teixeira passa a participar do grupo de teatro do pintor J. Figueiredo, chamado Teatrinho dos Novos onde ficou durante três anos, quando o grupo se desfez.
No Teatrinho dos Novos, estreia no espetáculo No Reino das Sombras de Kleber Fernandes, interpretando um velho ancião.

Com o fim do Teatrinho dos Novos, o velho Bira, passa por vários grupos teatrais da cidade como ator, contrarregra, ponto, entre outras atividades até ser convidado pelo médico e escritor João Mohana para participar do Teatro de Ação Católica da Arquidiocese de São Luís, onde assume a função de diretor da peça A Comédia do Coração do pernambucano E. de Paula Gonçalves, cuja qualidade técnica leva o ministro Paschoal Carlos Magno doar para Ubiratan uma bolsa de estudo em direção teatral na Itália, em 1954, onde estuda com Frederico Fellini no Instituto de Arte Dramática Pro Dei, em Roma, e, com Sílvio D’ Amico no Piccolo Teatro di Millano, em Milão. Na sua estada em Milão participa da montagem da peça Nostro Milano, dirigida por Giorgio Streller.

De volta à São Luís retoma seus trabalhos Teatro de Ação Católica onde encena:

- O Processo de Jesus de Diego Fabri;

- A Via Sacra de Henri Ghéon;

- Sibita e o Dragão de Lúcia Benedetti;

- Os Inimigos não Mandam Flores de Pedro Bloch;

- A Revolta dos Brinquedos de Pernambuco de Oliveira.

Ao sair do Teatro de Ação Católica para continuar seus estudos de educação formal funda grupos pelos cursos onde passa e dar aulas de História do Teatro e de Interpretação no Teatro Experimental do Maranhão.

Em 1995, após aposentadoria da TVE, junto com amigos funda a Associação Cultural e Beneficiente do Teatro Popular do Brasil que viabilizaria o grupo Ensaio Geral, produzindo as seguintes peças teatrais:

1995 – Natal na Praça de Henri Ghéon;

1997 – O Mistério da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo de Michel Ghelderode;

1998 – Lisístrata de Aristófanes;

1999 – A Capital Federal de Arthur Azevedo;

2003 – Natal na Praça Henri Ghéon (com atores da cidade de Colinas).

O grupo realizou ainda cursos e oficinas de corpo, voz e história do teatro e a leitura pública do texto de Oswald de Andrade “O Rei da Vela”.

A novela Vela ao Crucificado em escrita em 1979, de sua autoria foi adaptada e encenada pelo escritor e diretor de teatro Wilson Martins com os  grupos: Teatro Popular do Maranhão (1980) e Teatro Operário do Maranhão (1985). A novela também, foi adaptada para o cinema pelo cineasta Frederico Machado em 2009.

Foi cronista no jornal O Estado do Maranhão é sempre foi convidado para participar de comissões de júri de festivais de teatro e cinema, seleção de obras e artistas em salões, mostras e encontros de arte e seleção de obras literárias em São Luís e no estado do Maranhão.

O velho Bira não para, entre os seus projetos está uma coletânea sobre a obra do dramaturgo, novelista e romancista Fernando Moreira e duas coletâneas sobre suas crônicas em jornais uma sobre teatro e a outra sobre a vida cultural e política do estado.

Obras sobre teatro publicadas:

1970 – Pequeno Dicionário de Teatro. São Luís: Departamento de Cultura do Estado do Maranhão.

1980 – Caminho sem Tempo (farsa/tragédia/musical). São Luís: SECMA/SIOGE.

1987 – Bento e o Boi (teatro). São Luís: SIOGE.

1989 – O Teatro que eu Vi e o Espetáculo que eu Fiz (ensaio). São Luís: Academia Maranhense de Letras.

1992 – Búli-búli (teatro infantil). São Luís: Academia Maranhense de letras.

2005 – Dicionário de Teatro (reedição). São Luís: GEA.

Tem a seguinte obra inédita em teatro: O Bequimão

Prêmios:

1979 – Prêmio Arthur Azevedo do Concurso Literário e Artístico Cidade de São Luís pela obra Caminho sem Tempo.

Fonte: Leite, Aldo. Memória do Teatro Maranhense. São Luís: Edfunc, 2007.


Teixeira, Ubiratan. O Teatro que eu Vi e o Espetáculo que eu Fiz. São Luís: Academia Maranhense de Letras,1989.


Suplemento Literário e Cultural Jornal Pequeno Guesa Errante. Nº 110. São Luís, 2006.


Programa da peça Natal na Praça Henri Ghéon. 1996.


Imagem: Renato Pereira























































































Comentários

  1. Um crédito a Ubiratan Teixeira é a criação de um programa educativo televisivo (não recordo o título), que foi inclusive premiado na Alemanha, e reforçava o papel da televisão no processo educacional, papel fundamental que a TVE exerceu, iniciando o sistema de "educação á distância", isso nos anos '80.

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